sábado, 27 de julho de 2024

Indústria de carros argentina exporta, ignora crise e busca apoio no congresso

Em um momento que a economia do país afunda, a indústria de veículos vem sendo preservada para não piorar a situação do país.

A economia Argentina não anda bem. Há dez anos a inflação no país não recua da casa dos 2 dígitos. Nos últimos 12 meses ela superou 64%. Há uma crise, mas a indústria automotiva do país segue a todo vapor.

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O seguinte dado explica: no ano passado os argentinos produziram 434 mil veículos. Mais da metade, 259 mil, foram exportados, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. A desvalorização da moeda favoreceu.

Esse momento é aproveitado pelas montadoras, como a Stellantis, que intensificou as atenções (e as promoções) para o Peugeot 208 e o Fiat Cronos no Brasil. Ambos são produzidos na Argentina e tiveram um desempenho excepcional no mercado brasileiro em junho.

Fiat Cronos
Funcionários da fábrica da Fiat na linha de produção do Cronos (foto: Fiat/ divulgação)

A Argentina tem hoje 13 fábricas de veículos, segundo a Associação das Concessionárias. Chevrolet, Fiat, Peugeot, Volkswagen e Toyota estão por lá. Assim como o Brasil, os argentinos estão na lista dos 28 países do mundo que produzem veículos em larga escala.

Quais veículos são produzidos na Argentina?

Além de Cronos e 208, a indústria Argentina produz o Chevrolet Cruze, Toyota Hilux, Toyota SW4, Ford Ranger, Volkswagen Amarok, Volkswagen Taos, Nissan Frontier.

Esses carros são vendidos na Argentina e alguns são exportados para Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e México. O maior mercado para o carro argentino ainda é o Brasil.

Congresso pró indústria

O Congresso argentino aprovou no mês passado um pacote de benefícios pra indústria automotiva que inclui a redução de alguns impostos e a aceleração na devolução de outros, que pela lei argentina são devolvidos em parte como forma de incentivo.

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A venda de automóveis dentro do país se mantém praticamente estável desde o ano passado. O Fiat Cronos é o líder de vendas no país e desbancou a Toyota Hilux, que liderou em anos anteriores. Por isso as marcas seguem apostando no mercado externo.

Toyota Hilux é fabricada na Argentina (foto: Toyota/ divulgação)

“Os dados de junho mantém um alto nível de crescimento graças ao esforço que vem sendo realizado pelo setor em um contexto de negócios complexos tanto no plano internacional como local que imprime um desafio extra à atividade diária das fábricas”, disse Martín Galdeano, presidente da Associação de Fábricas Automotoras da Argentina (Adefa).

Há um ponto importante em trâmite no Congresso Argentino que pode ter consequências ao Brasil no futuro. É que os deputados discutem uma lei de “eletromobilidade”, que prevê incentivos e a estruturação de uma nova indústria de carros elétricos no país.

O Brasil ainda não discute fortemente o assunto e pode ficar para trás quando as indústrias migrarem definitivamente para a matriz elétrica.

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