Fernando Alonso animou os fãs de F1, ao chegar ao pódio no GP do Bahrein, guiando pela primeira vez com uma Aston Martin. Aos 42 anos, Alonso é o expoente de uma geração de espanhois que lutaram por um lugar ao sol, como Marc Gené e Pedro de la Rosa. Mas o que poucos sabem é que o bicampeão do mundo não foi o primeiro piloto de origem espanhola a impressionar na categoria.

Anos antes, o alemão Heinz-Harald Frentzen fez grande carreira, duelando com nomes como Jacques Villeneuve e com Michael Schumacher, chegando ao vice-campeonato do mundo em 1997. Alemão mas também espanhol. Frentzen é filho de mãe espanhola, mais precisamente da pequena cidade de Alcoi, no sul da Espanha.
Filho de pai alemão, Frentzen acabou utilizando a bandeira da Alemanha durante suas três vitórias na F1 e em outras tantas em categorias inferiores. Mas o piloto fala espanhol sem sotaque e tem dupla nacionalidade.

Outra coisa que poucos sabem é que Frentzen foi o grande rival de Michael Schumacher nas categorias de base do automobilismo. Ao lado do austríaco Karl Wendlinger, os três pilotos dominavam as atenções na Europa.
Bernie Ecclestone, então chefão da F1, queria trazer um novo alemão para o grid. E decidiu mexer os pauzinhos para que uma equipe alemã se formasse e pilotos alemãos corressem juntos na F3. E foi assim que Frentzen e Schumacher viraram companheiros e rivais.

Para alguns, era Frentzen o melhor. Mas foi Schumacher que ganhou um teste na F1 ao vencer um duelo com Frentzen, marcado por um toque polêmico do alemão. Curiosamente, naquele ano não deu nem Frentzen e nem Schumacher. Quem venceu a F3 foi Wendlinger.
No fim, os três foram parar na F1, cada um do seu jeito. Wendlinger foi praticamente figurante, correndo por equipes menores. Schumacher, todos sabem, terminou a carreira como heptacampeão. E Frentzen ficou no meio termo, tendo, no máximo, o vice de 1997, atrás de Villeneuve.
Alguns dizem que Frentzen foi azarado. A Williams dominou a F1 de 1992 a 1997, perdendo apenas os dois titulos para Schumacher, em 1994 e 1995. A Williams foi trocando seus primeiros pilotos e todos ganharam, menos Frentzen e, claro, Senna, morto na terceira corrida de Williams.
Mansell ganhou em 1992, Prost em 1993, Hill em 1996 e Villeneuve em 1997. Poderia ser a vez de Frentzen em 1998, mas a Williams não foi mais a mesma. Saiu a cor azul do patrocinador Rothmanns, entrou a cor vermelha da Winfield, uma mudança visual que marcou bem os novos tempos. A Williams nunca mais levou nenhum título, nem de pilotos, nem de construtores a partir dali.
Após 10 temporadas, 161 GPs, 3 vitórias e 2 pole positions, Frentzen saiu de cena ao fim da temporada 2003. Naquele mesmo ano surgia Alonso, de volta após estrear em 2001 pela Minardi e ficar de fora em 2002. Alonso impressionou a todos terminando 2003 na sexta colocação geral e por vencer o GP da Itália. Dali em diante é história.