sábado, 27 de julho de 2024

Como comprar um carro automático usado sem medo

Troca de óleo do câmbio automático pode custar R$ 2 mil, mas o problema maior é uma manutenção corretiva.

Com o preço do carro zero nas alturas, muita gente tem procurado ofertas entre seminovos e usados, mercado que hoje é bem abastecido por modelos de câmbio automático. Mas o que muitos se perguntam é como comprar um carro automático usado sem medo? Será exagero esse medo? Dá para escapar de enrascadas? É claro que dá.

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Uma das causas da demora na popularização do carro automático no Brasil – além do preço – foi a dificuldade da revenda futura. Era relativamente comum o dono ter que vender o veículo muito abaixo da tabela, e em muitos casos acabar ‘casando’ com o carro. Tudo porque havia um certo preconceito com os carros automáticos usados. Prevalecia a ideia de que o carro automático certamente daria algum grande gasto ao dono que o tivesse 5, 8, 10 anos depois de sua fabricação.

Diferentemente do carro de transmissão manual, que possuía numerosas oficinas mecânicas especializadas, peças mais baratas, manutenção de rotina simples, o carro automático era, até certo tempo atrás, uma caixa preta, com poucos mecânicos que realmente dominavam o sistema. Não era incomum saber de alguma história em que um câmbio automático tinha travado e que o conserto beiraria os R$ 10 mil, muitas vezes 50% do valor do carro usado.

Sem falar no consumo de combustível. Os antigos câmbios automáticos não eram muito amigáveis neste sentido. Alguns ainda vinha com um bônus: davam tranco durante as trocas de marchas.

Tá mas e hoje? Hoje muita coisa mudou. Primeiro que os câmbios automáticos evoluíram, estão mais econômicos que muitos carros manuais, possuem trocas mais suaves e já contam com uma rede especializada na manutenção, embora ainda seja mais caro consertar uma transmissão automática do que uma manual.

E como saber se o usado que estou de olho tem ou não um câmbio automático ‘evoluído’? A primeira dica é o número de marchas automáticas. Em geral, os câmbios de 4 marchas, os chamados AT4, são mais antigos e, portanto, piores. Mas é bom frisar que há bons câmbios nessa faixa, sobretudo os de marcas japonesas, como Toyota, Honda e Nissan. Fuja dos AT4 de marcas francesas.

Existem câmbios tido como micos no mercado. Os Powershift, por exemplo, têm uma reputação muito questionada, já que deram problemas sérios durante um bom tempo. Fabricados pela Ford, eles deixaram muitos motoristas e concessionários em desespero e embora hoje os problemas tenham sido resolvidos, é difícil confiar em todos.

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O câmbio Powershift equipa modelos na Volvo e na Caoa Chery, embora muitos não saibam. Uma dica é descobrir o código da transmissão do modelo em vista. No caso da Volvo, o Powershift é o de código MPS6 e o da Chery, o de 6DCT250.

Como testar o câmbio automático de um carro usado?

Existe um procedimento que pode ser feito facilmente, com o carro já aquecido. Chamado de “teste de stall”, ele requer o uso dos dois pés – e também uma área livre, longe de pessoas ou outros veículos.

Com o carro parado e o câmbio em D, o pé esquerdo deixa o freio acionado, enquanto o direito acelera. O correto é o conta-giros marcar cerca de 2.500 rpm. O procedimento também deve ser feito com o câmbio em R. Se em algum dos testes o giro for muito superior a 2.500 rpm, significa que o conversor de torque está patinando.

O conversor de torque é uma peça que liga a transmissão automática ao motor, o equivalente à embreagem no carro manual. A troca do conversor de torque não é barata. Só a mão de obra pode custar mais de mil reais, fora o valor da peça, que varia de modelo para modelo. Se você fizer o teste e apontar a falha, desista do negócio – ou, no mínimo, peça um bom desconto.

Outro teste que pode ser feito é o que busca por trancos em baixa rotação. Com o carro parado no semáforo, perceba se o motor dá algum tipo de soquinho. Se ele der esses tranquinhos, é provável que o câmbio esteja demandando alguma manutenção – seja preventiva ou, no pior dos cenários, corretiva.

Os câmbios automáticos são sistemas robustos, que demandam baixa manutenção. Mas elas existem. É preciso, por exemplo, trocar óleo em determinadas quilometragens. Peça à loja ou ao dono o histórico nesse tipo de manutenção. Se estiver atrasada, peça desconto. A troca de óleo de câmbio é bem cara – pode chegar a R$ 2 mil, embora dure de 50 mil a 100 mil quilômetros.

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