“Completar a água”? Para que serve o líquido no motor e o que colocar ali?

Colocar água comum no reservatório do radiador pode gerar acúmulo de impurezas a longo prazo e oxidar peças do motor

Olhar água e óleo em uma parada de viagem ou em um posto de combustíveis é praxe vez ou outra para quem tem carro. Mas nem todo mundo sabe o que colocar e como colocar. Isso dá margem para palpiteiros e até golpes de comerciantes inescrupulosos. A gente te explica, de acordo com o que recomendam os fabricantes, e já faz o alerta: não preencha com água comum.

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O líquido que vai no “motor” do carro é o líquido de arrefecimento, que é um fluído que tem a missão de não deixar o motor do carro superaquecer, basicamente. Esse líquido é colocado em um pequeno reservatório (semelhante ao da foto abaixo) que geralmente fica na parte mais da frente quando se abre o capô. Esse líquido circula por várias partes do motor do veículo quando ele está em funcionamento.

O reservatório de arrefecimento (foto acima) geralmente fica na parte frontal do motor e tem a indicação de “mínimo” e “máximo”. Ao abrir o capô e achar esse reservatório, a verificação básica que você deve fazer é se o líquido está dentro desta margem. Se estiver muito próximo do mínimo ou abaixo dele, com o carro desligado você aguarda até que o motor esfrie um pouco, abre a tampa do reservatório e coloca o líquido.

E o que colocar? Água?

É possível colocar água no reservatório, principalmente se você estiver em uma situação que precise completar e está longe de tudo, mas não é indicado. A água comum contém minerais, variando sua composição a depender da origem da água. Isso implica na oxidação de componentes do motor. Ou seja, colocar simplesmente água não é uma boa opção a longo prazo.

O correto para preencher a “água do radiador” é fazer uma mistura, usar água “desmineralizada” – que é de fato “H2O” (sem nenhum adicional na fórmula). Essa água está disponível em lojas que trabalham com materiais automotivos e também em lojas pela internet (veja aqui). A outra metade da mistura deve ser feita com o líquido de arrefecimento indicado no manual do carro – que geralmente é cor de rosa e também pode ser encontrado em lojas do ramo (veja aqui).

O líquido ali no reservatório precisa ser completado e também trocado periodicamente. Para saber quando deve ser trocado basta consultar o manual do carro. Completar o líquido é algo a se verificar sempre antes de uma viagem longa ou a cada mês, mas trocar o líquido não. Nos carros da Fiat, por exemplo, a troca é pedida quando o motor passa dos 100 mil km.

Antigamente se usava água

Os mais antigos vão dizer que “antes não havia essa frescura e se colocava água”. Isso é fato. Antes não existia a recomendação por líquidos especiais para colocar no reservatório, e nem existia a maioria dos produtos disponíveis hoje em dia. Daí vem a cultura popular de que qualquer água no reservatório é ok.

Porém a tecnologia dos carros até os anos 90 era outra. Os motores antigos tinham corpo em ferro fundido, mais resistente à água pura. Também os carros antigos possuíam carburador e aceitavam melhor a refrigeração com água. Os veículos mais novos tem o corpo do motor feito com ligas leves e trabalham com componentes que são mais sensíveis. Portanto há sim uma diferença de cuidados para motores mais novos – que usam injeção eletrônica – e os mais antigos, que usavam carburador.

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