A picape Titano da Fiat segue acumulando bons números de venda e está próxima de entrar no Top10 de veículos comerciais mais vendidos no Brasil. E por que isso é considerado um ‘feito’?
É que a Titano é um ponto fora da curva na linha da Fiat. Primeiro porque a Fiat nunca havia fabricado uma picape do porte da Titano e, segundo, porque ela era, até agora, um produto importado desmontado da China e montado no Uruguai. Nesta situação chegava em volume limitado ao Brasil. De outro lado, todas as suas concorrentes são fabricadas ou aqui, ou na Argentina. Conclusão: a Fiat está vendendo praticamente todo o volume que está importando.
Segundo dados da Fenabrave, em abril foram emplacadas mais de mil Titanos no Brasil. Metade do que a Ram Rampage, fabricada em Pernambuco, emplacou. E foi o triplo do volume que a Nissan emplacou da Frontier por aqui em abril. A Frontier é trazida da Argentina. A Titano está próxima de alcançar a Frontier no volume acumulado do ano.
Esse grande volume de Titanos sendo emplacadas já provocou um movimento dentro da Fiat. Ao invés de importar o produto da China, a empresa começou a produzir agora em maio a picape na Argentina. Nessa troca ela deverá ter mudança no nível de acessórios, incluindo itens já presentes na Toro, como assistente de condução e frenagem autônoma, além de ajustes visuais.
Todas as picapes produzidas na Argentina chegam ao Brasil com imposto semelhante ao que é recolhido por produtos fabricados por aqui devido ao acordo dos países do Mercosul. Além da Frontier, a Ford Ranger, a Toyota Hilux e a Volkswagen Amarok vêm da Argentina. A Chevrolet S10 é feita no Brasil.
Peugeot que virou Fiat
A chegada da Titano e o volume de vendas atingido pelo produto mostra que a marca Fiat construiu um grande valor na categoria picape. A Titano na verdade é a Peugeot Landtrek em outros mercados e o grupo Stellantis cogitou trazê-la ao Brasil com a marca Peugeot mesmo. Mas recentemente o grupo decidiu mudar o nome e a marca do produto, já que por aqui a Fiat tem um forte apelo nesta área com a Toro, a Fiorino e a Strada.
Um dos pontos iniciais na venda da Titano foi dar o nome das versões semelhantes ao que ela já usa na Toro e na Strada. A marca também usou e abusou de descontos nas concessionárias para compradores com CNPJ e produtores rurais. Ofertada inicialmente por R$ 219 mil, algumas concessionárias vendem a Titano com desconto de até R$ 55 mil.
