sábado, 15 de junho de 2024

Greve de funcionários de Ford, GM e Stellantis, nos EUA, pode causar 5 bilhões de dólares em perdas, afirmam analistas

Greve pode ser deflagrada em 14 de setembro e durar 10 dias, caso negociações não avancem

Está na mesa de discussões um dos grandes debates trabalhistas dos últimos anos. De um lado, o Big Three, como é chamado o grupo das três grandes montadoras de Detroit/EUA: Ford, GM e Stellantis. Do outro, o UAW, o United Auto Workers, maior sindicato dos metalúrgicos dos EUA, com 143 mil filiados. Em pauta, a renovação do acordo trabalhista para os próximos quatro anos. Mas tudo está travado no momento.

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Se não sair aperto de mão pelas próximas rodadas de negociações, haverá greve de 10 dias, a partir de 14 de setembro, data em que o acordo em vigência deixa de existir. E, de acordo com analistas econômicos, isso seria um problema gigantesco para a maior economia do mundo.

O estado de Michigan poderia enfrentar uma recessão, enquanto o PIB nacional também poderia ser afetado, com queda de 2%, de acordo com essas avaliações.

Segundo um relatório divulgado pela Anderson Economic Group nesta quinta-feira, uma greve de 10 dias contra as montadoras de Detroit resultaria em perdas econômicas superiores a 5 bilhões de dólares. Essa estimativa leva em consideração vários fatores, incluindo perdas salariais de 795 milhões de dólares, perdas para os fabricantes de 1,2 bilhão de dólares, além do impacto financeiro sobre os fornecedores automotivos, concessionárias e a indústria como um todo.

A empresa de consultoria comparou a possível greve de agora com a greve da GM dos EUA em 2019, quando 48 mil trabalhadores cruzaram os braços por seis semanas.

De acordo com a empesa de consultoria, daquela vez, em 2019, o estado de Michigan enfrentou recessão de um trimestre. Em 2023, existe a possibilidade de que uma greve possa envolver mais fabricantes, mais trabalhadores e mais fábricas. Se isso acontecer, mesmo uma greve curta afetaria as economias em todo o Michigan e em todo o país.

Uma diferença importante em relação à greve de 2019 é o impacto potencial sobre os consumidores e as concessionárias. Devido a variações significativas nos níveis de estoque, os efeitos podem ser mais pronunciados desta vez. Embora o estoque de veículos tenha se recuperado do ponto mais baixo durante a pandemia de COVID-19 para 162.000 unidades em junho, isso ainda é apenas um quinto do estoque presente em 2019.

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As implicações da greve não se limitam à mesa de negociações entre o sindicato e as montadoras. Fornecedores em várias camadas também enfrentam vulnerabilidades e possíveis perdas financeiras. Pequenos fornecedores de nível 2 e 3, que já lidam com problemas de liquidez, podem encontrar na greve o nocaute que faltava.

À medida que a data de vencimento do contrato em 14 de setembro se aproxima, a probabilidade de uma greve está aumentando. As negociações entre o presidente da UAW, Shawn Fain, e as montadoras parecem estar paralisadas, levantando preocupações.

A situação atraiu atenção da Casa Branca. No mês passado, Biden designou o assessor sênior Gene Sperling para facilitar a comunicação entre o sindicato e as montadoras durante as negociações. Além disso, o presidente se reuniu com o presidente da UAW quando os líderes sindicais visitaram a Casa Branca para apresentar suas posições durante as conversas. Não está descartada uma intervenção federal na UAW, caso a greve seja confirmada.

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