sábado, 11 de maio de 2024

Petrobras aumenta preço da gasolina. Combustível vai continuar subindo?

Preço do litro subiu R$ 0,23 nas refinarias e valor final ao consumidor deve ficar novamente acima dos R$ 5 o litro.

A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 24, um aumento de R$ 0,23 no litro da gasolina que sai das refinarias brasileiras. A alta de 7,46% é a primeira desde dezembro de 2022 e representa a primeira remarcação de preços do governo Lula. O que todo mundo quer saber é se os preços vão continuar subindo ou se foi uma alta pontual. Explicaremos a seguir.

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Primeiramente, é preciso entender como funciona a atual política de preços dos combustíveis no Brasil, inalterada pelo atual governo. O novo presidente, Jean Paul Prates, indicado por Lula, ainda não assumiu o posto.

A Petrobras reajusta, de tempos em tempos, o valor de referência nas refinarias, baseado no valor internacional no combustível e na taxa cambial. Como ambas sofrem com mudanças rotineiras, a companhia costuma segurar os valores por um tempo e fazer um reajuste mais a longo prazo, evitando a volatilidade. Desta vez, ela não esperou tanto assim.

Como falamos, o último reajuste tinha sido em dezembro, quando a Petrobras decidiu baratear o preço do combustível em 6,1% – R$ 0,20 por litro. O reajuste anterior havia sido três meses antes, em 2 de setembro de 2022, também de queda, de R$ 0,25 a cada litro de gasolina.

Os valores são apenas o start do preço que chega ao consumidor final. O combustível ainda passa por uma grande cadeia, que inclui a distribuição, a adição de etanol, os impostos, até chegar o que é cobrado na bomba, que, por sua vez, não tem um limite. O posto de combustível é livre para cobrar o quanto quiser.

Até por esta liberdade, os valores vinham caindo no começo do ano, mesmo sem nenhum tipo de anúncio por parte da Petrobras. Muito provavelmente, os postos mexeram em suas margens de lucro, tentando talvez ganhar por volume de vendas. Outra explicação é a própria queda de dezembro, que se refletiu apenas agora.

Assim, o preço médio do litro da gasolina estava abaixo dos R$ 5 neste começo de ano. Mas, com o reajuste de hoje, é muito provável que os preços voltem a romper a barreira dos R$ 5, com algumas exceções.

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E como fica o preço futuro?

A Petrobras é presidida por um interino. João Henrique Rittershaussen assumiu o controle da estatal no começo do ano, após a saída antecipada de Caio Paes de Andrade, indicado por Bolsonaro.

Já o novo presidente Jean Paul Prates, senador pelo PT do Rio Grande do Norte, deve assumir o posto na próxima quinta-feira, também de forma interina. É que, pelos trâmites normais, ele só assumiria o posto em abril, mas o governo conseguiu articular a antecipação. Para assumir a vaga em definitivo, Prates precisa de 6 dos 10 votos dos acionistas e tudo indica que ele já tenha essa maioria.

Assim que entrar no posto, ele poderá dar a cara do governo no assunto combustível. E qual é essa cara? À primeira vista, contrária ao alinhamento de preços internacional. Lula criticou o modelo durante a campanha eleitoral e sabe que se mudar de postura agora irá gastar seu capital político. Não à toa, escolheu um político para o cargo.

Não significa, necessariamente, que o governo fará um controle com mão de ferro, como foi no governo Dilma, alvo de críticas do mercado com o endividamento recorde da Petrobras. Mas dificilmente os preços correrão livremente, uma vez que a alta dos combustíveis impacta diretamente na inflação.

A decisão de Michel Temer em atrelar o preço dos combustíveis ao mercado internacional culiminou na greve de caminhoneiros de 2018, algo que será evitado a todo custo no governo Lula.

O governo deverá fazer um meio termo do que fez Dilma e do que fizeram Temer e Bolsonaro. Fará algum controle, mas não de forma ostensiva. Em determinados momentos de maior calmaria política, os preços deverão subir. Se o calo da inflação apertar, é provável que os preços caiam ou pelo menos deixem de subir, não importe a pressão que o mercado certamente fará.

O que vale ficar de olho mesmo é no que fará o governo com as desonerações de impostos, em vigor desde a campanha eleitoral de Bolsonaro, mas com data para acabar. O governo está deixando de arrecadar bilhões em impostos, mas trazê-los de volta ao bolso da população poderá ser um tiro no pé. A aguardar as cenas dos próximos capítulos.

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