VW Sign and Drive vale a pena? Opinião sincera de quem fez duas assinaturas

Primeiramente, é preciso deixar claro: em nenhum momento recebi desconto da montadora ou qualquer tipo de incentivo para assinar com o serviço por ser jornalista ou coisa do tipo. Esta é uma opinião autêntica e livre de amarras.

A minha experiência com o VW Sign and Drive começou assim que o programa foi lançado, em novembro de 2020. Interessado no assunto e tendo lido a respeito para escrever uma matéria, procurei o serviço sem me identificar como jornalista. De forma positiva, resolvi tudo pela internet. Nenhuma burocracia. Zero.

E em pouco tempo o carro estava na concessionária, à minha espera. Era um T-Cross 200 TSI, então versão de entrada do modelo. O preço? R$ 1.899 por mês em um contrato de 12 meses e 1.800 km mensais de franquia, conforme print do contrato:

Os mais atentos repararam. Era novembro de 2020 e o modelo contratado foi um 19/20. Como assim? É que a Volkswagen, assim que implementou o programa, decidiu dar vazão a modelos encalhados no pátio. E assim levei pra casa um modelo zero com mais de um ano de fabricação.

Isso não chegou a ser um problema. O carro já tinha até feito a primeira revisão para troca de óleo, mas era zero km. Veio até com os plásticos típicos no painel e volante e cheirinho de novo.

Foi uma boa experiência. Os boletos chegavam por e-mail no prazo correto, o pagamento era feito no dia e assim, de forma silenciosa, se mantinha a relação com a empresa do grupo Volks responsável pelo serviço.

Um belo dia, no entanto, uma surpresa. Assim que saí de casa, ouvi um barulho forte na suspensão. Barulho do tipo que faria o carro enguiçar a qualquer momento. Nao foi o caso, mas procurei a concessionária por telefone, que intermediou com a empresa da assinatura e agendou uma ida rápida à loja.

Chegando lá, descobri que a bieleta dianteira havia se soltado e que havia um recall não atendido pela montadora, que manteve o modelo fabricado lá no pátio, lembra? Foi um grande erro da montadora, mas, feito o serviço, nunca mais ouvi nenhum barulho do tipo. Relevei.

Chegou o momento da revisão e tudo se desenrolou de forma prática. Pelo próprio site fiz o agendamento e, a essa altura, por causa da pandemia, estava morando em outra cidade, e o sistema aceitou que eu fizesse o agendamento em um local diferente de onde retirei o carro. Tudo muito bom.

E, assim, duas revisões depois, um recall atrasado e com 12 boletos pagos, chegou a hora de devolver o veículo, já que o Sign and Drive não permite prorrogação de contrato nem compra do veículo. Satisfeito com o serviço, não tive dúvidas: queria muito um novo contrato.

Segundo contrato – um upgrade e tanto

Pouco antes do fim do primeiro contrato, fui procurado por e-mail para fazer a renovação. A boa notícia é que receberia um carro novíssimo – em novembro de 2021 teria em mãos um T-Cross 2021/2022, com tudo o que a Volkswagen tinha de mais novo para o modelo.

A má notícia é que o serviço ficaria mais caro. Bem mais caro. O carro zero como um todo escalou de preços por causa da pandemia. E a assinatura acompanhou essa tendência. Tive que negociar algum desconto de ‘cliente antigo’ e tive um pequeno sucesso.

A proposta inicial da VW era de R$ 2.549 por mês por um T-Cross Comfortline preto sólido e 12 meses de contrato. Salgado! A Volks havia tirado a versão 200 TSI do catálogo e só me restaria escolher entre o Comfortline ou Highline, mais caros. Negociação vai, negociação vem, fiquei com um Comfortline cinza platinum metálico e 18 meses de contrato por R$ 2.299.

Esses R$ 400 a mais por mês foram compensados por um carro muito superior. Apesar de ter a mesma motorização, o Comfortline 21/22 é um salto e tanto em relação ao 200 TSI 19/20. De ar condicionado digital a painel e multimídia novos, a experiência ao dirigir é muito mais satisfatória.

A troca de carros também foi muito bem feita. A empresa agendou a entrega do carro antigo e a retirada do novo ao mesmo tempo, na mesma concessionária. Após uma rápida revisão de entrega, fui liberado para sair com o carro novo. Ponto positivo.

O padrão de atendimento se manteve bom no começo. As revisões foram agendadas sem precisar fazer nenhum telefonema e tudo andou bem. Mas não por muito tempo.

Começo dos problemas

Naquelas movimentações de mercado pouco inteligentes, a Volkswagen trocou a empresa que prestava o serviço de assinaturas. A montadora alemã fez uma joint-venture com uma empresa especializada em frotas, que assumiu toda a cartela de clientes do VW Sign and Drive.

O serviço, a partir daí, despencou de qualidade. Os boletos não chegavam mais automaticamente, ninguém respondia aos e-mails, o agendamento de revisão passou a ser trabalhoso de ser feito, e por aí vai. Só não foi pior porque não são muitos os motivos que te fazem procurar a empresa de assinaturas.

Com essa queda de qualidade tão evidente, já imaginei que a renovação de contrato poderia ser difícil. E foi mesmo.

Amadorismo e fim de uma relação de 30 meses

Se perto do fim do primeiro contrato eu fui procurado para fazer a renovação, desta vez, 18 meses depois, silêncio. Com o tempo passando, não só tive que me manifestar, como insistir pela renovação, já que meus primeiros e-mails não eram respondidos. Era o poste fazendo xixi no cachorro: o cliente procurando quase que desesperadamente pelo vendedor, que não queria muito vender…

De tanto insistir, a resposta acabou vindo. E não foi muito satisfatória, na minha opinião. Da primeira vez, em 2021, consegui negociar um desconto bom, e resolvi tudo em um e-mail, sem precisar passar por análise de crédito, indo direto para a assinatura de contrato. Agora, entraria na mesma fila de clientes que nunca procuram pelo serviço. Pra piorar, o desconto beirava o ridículo: R$ 50, menos de 2% do valor mensal para quem já era cliente havia 30 meses e por dois contratos.

E assim, como se eu nunca existisse no sistema, fiz o pedido pelo site do Sign and Drive, como na primeira vez. E, para minha surpresa, o pedido foi negado na análise de crédito. Mesmo sem atrasar nenhum boleto, com alto score no Serasa e com renda compatível para o contrato, não tive sucesso.

Insisti em me manter cliente. Fui até uma concessionária, que me alertou que esse tipo de problema passou a ser comum. Fui muito bem atendido pelo vendedor, que claramente estava ‘vendido’ na negociação. E após dias de tratativas, dele tentando contato na empresa de frotas, eu fazendo pedido pelo site e etc, o único papel do vendedor, ao fim do processo, foi me consolar.

A mensagem do vendedor acima já antecipa o fim desta história. Acabei desistindo do VW Sign and Drive e fui para a concorrência. Diante de todo o exposto, não recomendo o serviço da Volkswagen. A resposta para o título deste texto “VW Sign and Drive vale a pena?” é um sonoro não!

Empresa disse que irá rever os procedimentos

Apenas para registrar minha indignação, como cliente e não como jornalista, procurei a direção da empresa relatando o ocorrido. Dias depois, tive a seguinte resposta:

Exatos 21 dias depois, a tal área de atendimento ao cliente entrou o contato. Recebi a mensagem do gerente comercial da empresa: “A situação nos causou desconforto e proporcionou rediscutir algumas coisas dentro dessa politica”, disse, em meio a outras mensagens pedindo desculpas, já com o leite derramado.

E, assim, 30 meses depois, tal como a narrativa típica de um filme em três atos, com configuração, confronto e resolução, a história com o VW Sign and Drive infelizmente terminou em final infeliz.

Mas minha jornada com os carros por assinatura terá continuação. A boa notícia é que poderei em breve analisar outro serviço de assinatura. Fique ligado no Turboway.